quarta-feira, 21 de abril de 2010

Belo Monte significa bye-bye (e Serra 2010)

Belo Monte significa bye-bye
apagão (e Serra 2010)

Publicado em 21/04/2010

Tolmasquim: não há hipótese de o Governo botar dinheiro

O Conversa Afiada reproduz conversa por telefone que Paulo Henrique Amorim teve agora no início da noite com Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, subordinada ao Ministrio das Minas e Energia.

(As respostas não são literais. A entrevista foi por telefone celular, sem gravador.)
PHA – O site do Valor diz que a Queiroz Galvão avalia se fica no consórcio de que faz parte, porque a tarifa talvez seja muito baixa.
Mauricio Tomalsquim – Há sempre uma luta entre empreiteiros e investidores. Independente da Queiroz Galvão, há outras construturas no consórcio vencedor que podem realizar a obra. Mas, será ótimo se a Queiroz Galvão continuar.
PHA – Os especialistas dizem que vai faltar dinheiro e que o Governo vai ter que botar dinheiro ou a CHESF aumentar sua fatia no consórcio.
MT – Não existe a possibilidade do Governo botar dinheiro ali. A regra é a seguinte: há uma disputa, um leilão. Quem vence faz um contrato de 30 anos, com a tarifa reajustada pelo IPCA. Se o custo for maior, o ônus é do investidor. Se for menor, bom para ele.
PHA – Quando a obra fica pronta ?
MT – As primeiras máquinas, em 2015. Tudo pronto, em 2019.
PHA – As liminares vão impedir a obra?
MT – Democracia é assim. Toda obra de hidrelétrica tem esse tipo de problema. No rio Madeira também foi assim.
PHA – Qual o impacto de Belo Monte na matriz energética brasileira ?
MT – Belo Monte garante que o Brasil poderá crescer, sem faltar energia. Não haverá gargalo energético. O Brasil reforça sua matriz de energia renovável. E a energia terá um preço competitivo – para os compradores de energia e os consumidores residenciais.
PHA – Belo Monte não vai destruir aquela região do Xingu ?
MT – Os investidores privados vão aplicar, do bolso deles, R$ 3,5 bilhões na região. O Governo, provavelmente, R$ 2 bilhões. Quatro mil e 300 famílias que hoje moram em áreas que alagam vão se mudar para casas de alvenaria, com dinheiro dos empreendedores. Vai ser colocado esgoto na cidade. Vai haver treinamento de mão de obra, para que os empregos sejam, preferencialmente, dos moradores da região. No Madeira já foi assim. O volume de recursos aplicado ali é 19 vezes – 19 vezes ! – o orçamento do Estado do Pará para 2010.

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